quarta-feira, 9 de março de 2016

Mulher, mulher! Por que estás a lutar? - Uma Breve Reflexão

De ontem... no Agenda Saúde.


O dia Internacional da Mulher comemorado todo ano no dia 08 de março é basicamente um ato político de afirmação do direito da mulher, no entanto, apesar de toda a movimentação social que existe na época, tem se tornado uma data comercial, onde pequenas lembranças são entregues em prol da comemoração.

As lutas que deram origem ao dia ocorreram durante a primeira metade do século XX. Greves de operárias em busca de melhores condições de trabalho e uma igualdade de direitos perante o funcionário homem foram as chaves que legitimaram a revolução feminina e inseriram de vez as mulheres no mercado de trabalho. Os movimentos feministas continuam em busca da melhoria da qualidade de vida para diversas mulheres; nos últimos 20 anos, por exemplo, assistimos uma crescente luta contra a violência doméstica, seja verbal ou física, que infelizmente ainda cala e mata milhares de mulheres todos os anos. 

Em meio a todo este burburinho, me pego observando de longe e me pergunto se nesta busca "desenfreada" pela igualdade perante o sexo masculino,  não perdemos de vista também qual é o papel feminino nesta história toda? É muito simples: apesar das conquistas no mercado de trabalho, posições de chefia, salários igualitários (quase sempre), o que vemos na intimidade dos lares? Ainda são poucas as mulheres que ensinam seus filhos homens a ajudar em casa, lavando, passando, cozinhando. Ainda são poucas as mulheres que permitem ou conclamam seus maridos a ajudar nos afazeres domésticos. Ainda são muitas as mulheres que se submetem a três turnos de trabalho e dão conta de tudo em um mudo sacrifício de si mesmas. 

Na contra mão da evolução, cada vez mais percebo mulheres abdicando do seu lugar no mercado para encontrar um local no lar, cuidando de seus filhos, estando mais perto da família. Assim como, percebo mulheres entre seus 25 e 30 anos, investindo na carreira e preocupadas com o tic tac do relógio biológico e a pressão da sociedade para ela casar e ser mãe. Ou, quando não, estão esgotadas e cansadas, desgostosas da vida, pois dão tudo pelos outros e quase nada para si mesmas. Então, será que não está na hora de parar para pensar sobre os direitos por "Ser  Humano" que igualam as condições de trabalho, direito ao voto e tudo o mais, equilibrar novamente o masculino e o feminino buscando o complemento dos gêneros e uma vida psíquica mais saudável?


Creio que a igualdade está justamente em sermos diferentes e aprendermos a respeitar estas individualidades. Dessa forma, talvez não seja pelos direitos igualitários que devemos lutar, mas sim pelo respeito e o reconhecimento daquilo que nos faz ser quem somos. Só para pensar!

Publicado originalmente no site Agenda Saúde: http://www.agendasaude.net/2016/03/mulher-mulher-por-que-estas-lutar.html

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