O dia Internacional da Mulher
comemorado todo ano no dia 08 de março é basicamente um ato político de
afirmação do direito da mulher, no entanto, apesar de toda a movimentação
social que existe na época, tem se tornado uma data comercial, onde pequenas lembranças
são entregues em prol da comemoração.
As lutas que deram origem ao dia
ocorreram durante a primeira metade do século XX. Greves de operárias em busca
de melhores condições de trabalho e uma igualdade de direitos perante o
funcionário homem foram as chaves que legitimaram a revolução feminina e
inseriram de vez as mulheres no mercado de trabalho. Os movimentos feministas
continuam em busca da melhoria da qualidade de vida para diversas mulheres; nos
últimos 20 anos, por exemplo, assistimos uma crescente luta contra a violência
doméstica, seja verbal ou física, que infelizmente ainda cala e mata milhares
de mulheres todos os anos.
Em meio a todo este burburinho,
me pego observando de longe e me pergunto se nesta busca
"desenfreada" pela igualdade perante o sexo masculino, não
perdemos de vista também qual é o papel feminino nesta história toda? É muito
simples: apesar das conquistas no mercado de trabalho, posições de chefia,
salários igualitários (quase sempre), o que vemos na intimidade dos lares?
Ainda são poucas as mulheres que ensinam seus filhos homens a ajudar em casa,
lavando, passando, cozinhando. Ainda são poucas as mulheres que permitem ou
conclamam seus maridos a ajudar nos afazeres domésticos. Ainda são muitas as
mulheres que se submetem a três turnos de trabalho e dão conta de tudo em um
mudo sacrifício de si mesmas.
Na contra mão da evolução, cada
vez mais percebo mulheres abdicando do seu lugar no mercado para encontrar um
local no lar, cuidando de seus filhos, estando mais perto da família. Assim
como, percebo mulheres entre seus 25 e 30 anos, investindo na carreira e
preocupadas com o tic tac do relógio biológico e a pressão da sociedade para
ela casar e ser mãe. Ou, quando não, estão esgotadas e cansadas, desgostosas da
vida, pois dão tudo pelos outros e quase nada para si mesmas. Então, será que
não está na hora de parar para pensar sobre os direitos por "Ser
Humano" que igualam as condições de trabalho, direito ao voto e tudo
o mais, equilibrar novamente o masculino e o feminino buscando o complemento
dos gêneros e uma vida psíquica mais saudável?
Creio que a igualdade está
justamente em sermos diferentes e aprendermos a respeitar estas
individualidades. Dessa forma, talvez não seja pelos direitos igualitários que
devemos lutar, mas sim pelo respeito e o reconhecimento daquilo que nos faz ser
quem somos. Só para pensar!
Publicado originalmente no site Agenda Saúde: http://www.agendasaude.net/2016/03/mulher-mulher-por-que-estas-lutar.html
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