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| http://www.dicasmiudas.com.br/02-de-abril-dia-mundial-do-autismo/ |
Faz 08 anos, amanhã,
que o dia 02 de abril foi escolhido pela Organização das Nações Unidas (ONU)
como dia mundial pela conscientização do autismo. Pois, apesar de ser um
diagnóstico teoricamente conhecido desde a década de 40, ainda existe muita desinformação,
confusão e estranhamento frente ao trato com essas crianças, seja dentro de
casa, nas escolas ou na própria área de saúde.
O nome já foi
modificado diversas vezes: Autismo, Transtorno Global do Desenvolvimento,
Transtorno do Espectro Autista... Virou "quase" uma salada de
sintomas e comportamentos que deixam pais, médicos, psicólogos, professores,
fonoaudiólogos e terapeutas ocupacionais, louquinhos! Os nomes modificam-se devido
às novas formas de pensar e observar este fenômeno, e a cada vez que o nome
aumenta mais crianças acabam sendo enquadradas no tal "diagnóstico".
Hoje, estima-se que
uma em cada 68 crianças possua autismo ou esteja enquadrada no dito espectro
autista, dentre estas, a cada cinco, quatro são meninos. É algo alarmante e
preocupante, principalmente se não for algo realmente conhecido.
A conscientização
serve para alertar e fazer com que estas crianças cheguem mais cedo aos
consultórios médicos, psicológicos, fonoaudiólogos e dos terapeutas
ocupacionais. É o que as pessoas da área de saúde chamam de intervenção
precoce. Quanto mais cedo a criança chegar aos serviços, mais fácil será ajudá-la
a encontrar um comportamento, digamos, "mais funcional", ou seja,
mais fácil enquadrá-la na nossa normalidade social.
Quando os pais chegam
ao meu consultório, sinto-os, muitas vezes confusos, com medo e com a ideia de
que terão que tomar conta daquela criança e abdicar de suas vidas
(principalmente as mães) "para sempre". É um trabalho enorme fazer
com que essas mães e esses familiares encontrem espaço para eles mesmos. Além
de necessitar de muito cuidado e atenção, pois muitas vezes, essas crianças não
possuem ideia do perigo que correm ao fazer determinadas coisas, é difícil
encontrar pessoas dispostas a ajudar estes familiares no cuidado com essas
crianças.
Ou seja, o não olhar, o não interagir, torna estas
crianças alheias ao mundo em que vivem devido à incapacidade que muitas vezes
temos de sair de nossos próprios mundos e crenças para adentrar na vivência do
outro.
Ao lidar com crianças
ditas autistas, precisamos lembrar que elas são humanas, são crianças e
necessitam de cuidados e carinhos como qualquer um de nós. Costumo dizer aos
pais: "esqueçam por um momento o diagnóstico, lembre que é uma criança,
necessita de limites, necessita de seu olhar" e o que os pais, e qualquer
um que travar conhecimento com ela, necessitará fazer é aprender a entrar no
mundo dela, respeitando os limites, para pouco a pouco compartilhar o nosso
mundo com ela e talvez, criar novas formas de vir a ser nesse mundo.
Existe muito mais a
ser explorado e a ser falado sobre este assunto. Mas por hoje é só! Que fique a
mensagem de que para conhecer este transtorno é preciso olhar para além do
sintoma, conscientizar-se que existe um ser a se construir, bem ali, por trás
de todas aquelas esquisitices. Mas afinal, quem não tem a sua esquisitice?!
Até a próxima!!

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