quarta-feira, 1 de abril de 2015

Autismo - Por uma conscientização

http://www.dicasmiudas.com.br/02-de-abril-dia-mundial-do-autismo/

Faz 08 anos, amanhã, que o dia 02 de abril foi escolhido pela Organização das Nações Unidas (ONU) como dia mundial pela conscientização do autismo. Pois, apesar de ser um diagnóstico teoricamente conhecido desde a década de 40, ainda existe muita desinformação, confusão e estranhamento frente ao trato com essas crianças, seja dentro de casa, nas escolas ou na própria área de saúde.

O nome já foi modificado diversas vezes: Autismo, Transtorno Global do Desenvolvimento, Transtorno do Espectro Autista... Virou "quase" uma salada de sintomas e comportamentos que deixam pais, médicos, psicólogos, professores, fonoaudiólogos e terapeutas ocupacionais, louquinhos! Os nomes modificam-se devido às novas formas de pensar e observar este fenômeno, e a cada vez que o nome aumenta mais crianças acabam sendo enquadradas no tal "diagnóstico".

Hoje, estima-se que uma em cada 68 crianças possua autismo ou esteja enquadrada no dito espectro autista, dentre estas, a cada cinco, quatro são meninos. É algo alarmante e preocupante, principalmente se não for algo realmente conhecido. 

A conscientização serve para alertar e fazer com que estas crianças cheguem mais cedo aos consultórios médicos, psicológicos, fonoaudiólogos e dos terapeutas ocupacionais. É o que as pessoas da área de saúde chamam de intervenção precoce. Quanto mais cedo a criança chegar aos serviços, mais fácil será ajudá-la a encontrar um comportamento, digamos, "mais funcional", ou seja, mais fácil enquadrá-la na nossa normalidade social. 

Quando os pais chegam ao meu consultório, sinto-os, muitas vezes confusos, com medo e com a ideia de que terão que tomar conta daquela criança e abdicar de suas vidas (principalmente as mães) "para sempre". É um trabalho enorme fazer com que essas mães e esses familiares encontrem espaço para eles mesmos. Além de necessitar de muito cuidado e atenção, pois muitas vezes, essas crianças não possuem ideia do perigo que correm ao fazer determinadas coisas, é difícil encontrar pessoas dispostas a ajudar estes familiares no cuidado com essas crianças.

Ou seja, o não olhar, o não interagir, torna estas crianças alheias ao mundo em que vivem devido à incapacidade que muitas vezes temos de sair de nossos próprios mundos e crenças para adentrar na vivência do outro.

Ao lidar com crianças ditas autistas, precisamos lembrar que elas são humanas, são crianças e necessitam de cuidados e carinhos como qualquer um de nós. Costumo dizer aos pais: "esqueçam por um momento o diagnóstico, lembre que é uma criança, necessita de limites, necessita de seu olhar" e o que os pais, e qualquer um que travar conhecimento com ela, necessitará fazer é aprender a entrar no mundo dela, respeitando os limites, para pouco a pouco compartilhar o nosso mundo com ela e talvez, criar novas formas de vir a ser nesse mundo.

Existe muito mais a ser explorado e a ser falado sobre este assunto. Mas por hoje é só! Que fique a mensagem de que para conhecer este transtorno é preciso olhar para além do sintoma, conscientizar-se que existe um ser a se construir, bem ali, por trás de todas aquelas esquisitices. Mas afinal, quem não tem a sua esquisitice?!

Até a próxima!!

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