As pessoas normalmente estranham quando se deparam com pessoas que estudam a morte. Afinal de contas, por que estudar a morte seria importante?
Acredito que ao pensar sobre a morte, pensamos sobre a vida. Em outras palavras, sobre como estamos vivendo, quais os valores que são importantes, ao quê nos dedicamos. Pensar sobre a morte possibilita essas reflexões porque nos deparamos com as impossibilidades. Ela faz com que a gente se dê conta que não somos onipotentes e que faz parte da condição humana, não poder da conta de tudo. Falhamos... em alguns momentos, simplesmente está fora do nosso controle mudar ou não alguma situação. É assim que nos damos conta de nossa finitude e de quão frágil são os nossos corpos.
Sendo assim é que eu e Jéssica Moraes pensamos em abrir o grupo de estudo “Visões de Thanos: perspectivas sobre a morte”. A morte, essa entidade que é admirada por alguns e afugenta tantos outros, foi vivenciada durante o decorrer dos séculos de diversas formas. Cada povo teve sua forma de reverenciar os mortos e construir seus cemitérios e tumbas. Alguns mais festivos, outros mais sombrios. Em conjunto com está visão se constrói ideias sobre o pós-morte: o que acontece com o espírito? Para onde vamos? Existe vida após a morte? Estas e tantas outras perguntas são respondidas por formulações diferentes em cada cultura e religião e isso afetará diretamente como cada sociedade lida com a morte e o morrer.
Para os profissionais da área de saúde estudar essa temática tão vasta é importante pelo simples fato dela fazer parte da vida. Em algum momento, o profissional irá lidar com alguém que esteja passando por um momento de perda, seja de sua própria vida, seja da vida de alguém querido. Poder compreender como a morte é compreendida e vista pelo sujeito que está a sua frente pode ser uma ferramenta primordial para ajuda-lo a passar por esta situação.
Para profissionais de outras áreas ou interessados, o assunto é de certa forma tão fascinante, que nos faz pensar sobre como a morte está o tempo todo ao nosso lado... Como diria, Raulzito¹ “a morte surda, caminha ao meu lado e eu não sei em que esquina, ela irá me beijar” . E, como disse anteriormente, isso pode nos ajudar a pensar sobre como vivemos e cuidamos do nosso dia a dia e das nossas relações.
Dessa forma, compreendo que pensar a morte significa abrir vários caminhos para melhorar os relacionamentos em vida, valorizar alguns detalhes que nem sempre damos impor
tância, administrar melhor o nosso tempo... São tantos as modificações que podem ocorrer, de boas e de ruins, como existem diversos sujeitos com vivências diferentes neste mundo.
O grupo terá o seu início amanhã, 13 de março, das 19h às 20h 30min, na MedCenter, Av. Djalma Dutra, 606. Os interessados em participar devem entrar em contato pelo telefone (81) 9.9783.0850 ou pelo e-mail: rosariocamarapsi@gmail.com.
Lembrando que o encontro amanhã é uma apresentação da nossa proposta e, portanto, gratuito. Mas, necessita de inscrição prévia, pois a quantidade de vagas é limitada.
Até mais ver, pessoal!
¹"Canto para a minha morte" música do Raul Seixas.

